Regressei hoje da nossa casa, depois de uma semana de descanso.
Vi de novo as terras de milho alto, agitado pelo vento, os braços da ria, os juncais, o mar bravo da Torreira, o cair da tarde e o inicio da manhã. Tomei o pequeno almoço na eira, reguei o jardim, compus uma jarra de flores, coloquei quadros na parede, alindei de novo a casa, ficou bonita. Mais ainda. Por lá andei, a saborear os últimos dias de férias. Na minha terra.
E foi bom. As palavras é que mingaram, porque não fui capaz de as utilizar em textos, como regularmente faço. Sem saber bem como, desapareceram e todas as tentativas foram em vão. Acho que me enchi de imagens, poderosas e ténues. Retive-as o mais que pude dentro de mim, mesmo aquelas que me tocavam de raspão e malandras, desapareciam num ápice. Velozes e matreiras, andaram abraçadas a mim, em abraços nem sempre amistosos, num jogo de toca e foge, que em alguns dias me deu um cansaço infinito e noutros uma alegria reconfortante. Um aconchego.

Tudo tão forte, tudo tão surpreendente, tudo tão inquieto, tudo tão doce. Não houve lugar nem tempo para aceitar e escolher palavras. Ficou tudo preenchido e o silêncio foi de ouro. O silêncio, a ria, o mar, o vento, o jardim. E tu e a avó, e eu e o meu irmão, e os filhos, e tias e amigas e amores. Em imagens e memória. Semana cheia.
Manuela, gosto imenso da sua escrita. Parabéns pelo seu Blog. Pena é de não querer divulgá-lo numa rede social. Parabéns.
ResponderEliminarSou o marido da Ana Florinda.