quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Conversa na esplanada

Sentamo-nos e pedimos um café.
A esplanada junto ao mar está quase vazia. As cadeiras e os bancos corridos são confortáveis, num castanho quente, há garrafas de muitas cores, quadros e imagens discretas, plantas. O café é agradável e cuidado, convida ao descanso. Uma música de fundo, calma e bonita impregna o ar e confere à manha uma tranquilidade magnífica. De onde estamos vê-se o azul do mar, o areal grande e dourado, a vegetação das dunas, que se agita com o vento. Não muito forte, apenas capaz de nos acordar de algum sono que ainda cobre o corpo.

Com os livros de férias abandonados na mesa, começamos a falar de outros livros, aqueles que nos marcaram e conversa puxa conversa, aí estávamos nós trocando confidências e ideias sobre as nossas vidas, que a amizade que nos une é longa e cimentada num cuidado permanente às histórias de cada uma. Conhecemo-nos e zelamo-nos, num respeito profundo pela individualidade e diversidade de pessoas únicas. É assim que mantemos uma amizade forte e um apoio atento, há já muitos anos.

Nesta manha, vieram para a mesa, ao lado dos livros interrompidos a meio, paixões e amizades de cada uma, pequenas histórias de mulheres livres, coisas de mãe preocupada, episódios de casas de retiro, cenas de filhos (in)dependentes, lutas de gente valente, sorte(s) e acaso(s) de amigos ausentes. Caldeámos tudo com o sabor do café, o calor do sol, o azul do mar, risos soltos e umas quantas lágrimas. Ou seriam salpicos do rebentar das ondas?  
Uma coisa eu sei: não conheço melhor menu para degustar numa manha de férias, na praia.  

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