segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Promessa junto ao mar

Seremos novos e empenhados no correr dos dias, buscaremos a juventude como estado, mesmo que a velhice nos alcance o corpo e a saudade se instale no coração, relatando em surdina as histórias que vivemos antes de sermos assim.

Procuraremos as razões pelas quais valha a pena lutar e diremos a outros a lonjura dos caminhos e a água e o pão que terão que partilhar para não desistirem antes do fim. Não nos esconderemos das inquietações, elas serão o fermento com que alindaremos o chegar dos dias e as noites escuras do desespero.

Confirmaremos a beleza de estarmos vivos e atores da edição da nossa vida, aquela que começa a minguar em energia e propósitos arrojados. Esqueceremos sempre que possível esta condição, não por negação ou falsa consciência, mas por opção de pessoas disponíveis no presente e empenhadas no futuro.Diremos as palavras mais abertas e incitadoras para erguer cedo e confundirmo-nos com o orvalho e a seiva das flores, no alto das madrugadas estivais.

Seremos mel, água no deserto, sombra de árvore à beira da estrada, manta de lã nas tardes agrestes de vento norte.    

E esperaremos por ti, que chegarás cansado e pronto a mandar para o chão todo o peso guardado no saco que transportas ao ombro. Acenderemos uma fogueira, estenderemos uma manta macia no chão e protegeremos os teus sonos de anjo perdido.
No dia a seguir a esta jornada, saudaremos o nascer do dia e a tua vinda. Ficaremos mais fortes e seguros para cumprir as nossas promessas.


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