Seremos
novos e empenhados no correr dos dias, buscaremos a juventude como estado,
mesmo que a velhice nos alcance o corpo e a saudade se instale no coração,
relatando em surdina as histórias que vivemos antes de sermos assim.
Procuraremos
as razões pelas quais valha a pena lutar e diremos a outros a lonjura dos
caminhos e a água e o pão que terão que partilhar para não desistirem antes do
fim. Não nos esconderemos das inquietações, elas serão o fermento com que
alindaremos o chegar dos dias e as noites escuras do desespero.
Confirmaremos
a beleza de estarmos vivos e atores da edição da nossa vida, aquela que começa
a minguar em energia e propósitos arrojados. Esqueceremos sempre que possível esta
condição, não por negação ou falsa consciência, mas por opção de pessoas disponíveis
no presente e empenhadas no futuro.
Diremos
as palavras mais abertas e incitadoras para erguer cedo e confundirmo-nos com o
orvalho e a seiva das flores, no alto das madrugadas estivais.
Seremos
mel, água no deserto, sombra de árvore à beira da estrada, manta de lã nas
tardes agrestes de vento norte.
E
esperaremos por ti, que chegarás cansado e pronto a mandar para o chão todo o
peso guardado no saco que transportas ao ombro. Acenderemos uma fogueira,
estenderemos uma manta macia no chão e protegeremos os teus sonos de anjo
perdido.
No
dia a seguir a esta jornada, saudaremos o nascer do dia e a tua vinda.
Ficaremos mais fortes e seguros para cumprir as nossas promessas.
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