Uma amiga minha de longa data, a quem costumo contar muitas das minhas histórias profissionais - e não só, entenda-se, porque a tomar um café costumamos dar a volta a muitas voltas da nossa vida - desde sempre me disse que eu devia escrever muitas das situações que lhe relato e que foram por mim vividas nas diferentes salas onde tenho estado com crianças, colegas e familias. O que essas histórias têm gerado de discussão, risos, análises e longas conversas entre mim e ela, que nem sequer está ligada diretamente ao mundo da educação, justifica, por si só, uma escrita. Diz ela "um dia destes já não te lembras, e é pena..." Talvez tenha razão, um dias destes quero recordar tim tim por tim tim tudo o que aprendi com as minhas crianças e já não saberei reproduzir as suas falas e os seus ditos, que foram fundamentais para a educadora e a pessoa que hoje sou. Parte do meu património pessoal e profissional foi constrúído na interação diária com meninos e meninas, que me mostraram, ao longo dos anos, a espantosa maravilha e complexidade do ser humano, a riqueza e diversidade da infância, que considerada uma idade muito jovem de ser-se gente, é profunda, séria, ativa e procurante.

Parece-me justo e certo que assim seja. A palavra pois, a quem me deu, sem que eu pedisse, lições de pedagogia.
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