Vem aí um outro tempo. Leve e quente, cheio de horas para preguiçar, escrever, rir, apanhar sol e ver o mar...um tempo lento, onde o corpo pode repousar, depois de muito se ter cansado e debatido. Porque nos debatemos nos dias em que sem saber como, percorremos mil quilómetros, sem sair quase do mesmo lugar.
Agora não, queremo-nos talvez mais paradas, sobretudo mais expectantes, de bem com os relógios, de bem com as agendas, que ficam esquecidas em qualquer um lugar, na gaveta da sala, para em setembro, as voltarmos a abrir, depois de uma distância boa e justa e necessária para o nosso equilíbrio. Do corpo e também do coração.
Por mim, vou remar em direção ao mar. Preciso dele para refrescar os meus cansaços e atualizar os sonhos e as escritas, esta teimosia de me dizer com palavras como se falasse, ação fundamental da minha identidade. E lembro o L, um menino que tive há alguns anos, que quando lhe perguntei o que é a fala, ele disse assim, acompanhando tudo com gestos...é uma coisa, que começa na garganta, sobe à cabeça, dá umas voltas, passa pelo coração e sai pela boca... Estou em absoluto acordo com ele. É assim que sinto as minhas escritas.
E no tempo que aí vem, elas vão ficar mais livres e soltas, com o tempo todo como aliado e o mar ao fundo, como paisagem. E conchas e búzios e pedras e fins de tarde de sol alaranjado. E amigos por perto. E tempo, muito tempo...
Para todos os que passam por aqui, o desejo de boas férias também. E um mar longo e vibrante, mesmo que com outras formas...campo, cidade, vilas, aldeias...em qualquer lugar, um tempo bom de descanso. Para retemperar forças, sonhos e projetos.
Boas férias!
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