Cai uma chuva mansa sobre a terra, as gotas deslizam nas folhas das árvores do quintal, o tempo está morno e doce. Assim sinto e penso setembro, o mês dos nossos reencontros, em casa e na escola. O mês dos risos envergonhados dos primeiros dias, de lágrimas teimosas nos olhos procurantes de quem chega. O mês dos abraços fortes das saudades, da alegria renovada do encontro, da retoma do tempo depois do verão.
O mês do cheiro amigo de livros novos, das batas limpas e engomadas, das mochilas com bolas e sonhos de meninos, das chupetas e bonecos colados ao peito para dar coragem. O mês de novas e velhas amizades, queres brincar comigo, anda, vamos..., das tintas a escorrerem dos pincéis, dos riscos altos e coloridos dos desenhos, das gargalhadas e correrias soltas no recreio. O mês das folhas caídas no chão, do quente do laranja e castanho dos campos, do barulho dos pés a percorrer os caminhos da mata e da vida.
Assim penso e sinto setembro. Um imenso renovar de estações e projetos, amores a construir e continuar, em jeito de memória e desejo. Um tempo de recolher os frutos da terra e da vida, amanhá-la e prepará-la para os dias que se anunciam. E anuncia-se quase tudo de bom, como queremos e desejamos.
Assim penso e sinto setembro. Uma espécie de ano novo, com sol dourado, doce e terno, em tempo de recomeço. Com muitos meninos e meninas em seu redor e junto a nós.