Instala-se um novo dia. Veio de mansinho, pela madrugada, fez-se anunciar por um sol envergonhado e um vento de afagar pássaros livres. Penetrou na vida dos homens e ofereceu-se para todas as coisas, aquelas que se querem e outras que se dispensam. Mas os dias são assim, uma convocação diária sem seguro contra todos os riscos.
E agora o dia está por aqui, aliado ao silêncio da casa vazia e dos meus desejos cansados. Posso dormir e voltar a acordar, será um dia morno e uma proposta talvez certa e justa para iniciar férias. Por agora.
Mas o sono fugiu, comportou-se como em dia de trabalho, olhos bem abertos logo pela manha, mala ao ombro e toca a andar. A andar? Toca a andar? não, hoje não vamos receber meninos e meninas, nem abraços e risos, não fazemos plano do dia, nem pinturas em folhas brancas tingidas de cores e traços da infância.
Hoje o dia está por aqui, meio pacato e algo estranho, ainda se ouve o som do relógio, mas já não se cumprem rotinas ou acertam jornadas, hoje o dia preguiça e eu com ele também.
Olha-se o céu e o verde das árvores e sente-se um pouco da insustentável leveza do ser. Hoje, começaram as fériais e o dia apresentou-se assim.
Sem tirar nem pôr. Apenas assim.
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