Procuro-te nos vales da minha memória e apareces sorridente, em forma de retrato esbatido pelo tempo. Aos poucos o teu rosto define-se, olhos, boca, cabelo, para subitamente desaparecer contra o vidro da janela.
Percorro com as mãos o vidro embaciado, desenho uma espécie de rede para reter as raízes que trazes presas ao teu nome. Chamo por ele e o eco repete-o sem fim, o coração é um túnel onde as palavras germinam, agarradas às veias onde veloz corre o sangue da vida.
Percorro com as mãos o vidro embaciado, desenho uma espécie de rede para reter as raízes que trazes presas ao teu nome. Chamo por ele e o eco repete-o sem fim, o coração é um túnel onde as palavras germinam, agarradas às veias onde veloz corre o sangue da vida.
De resto, nada mais sei, a não ser deste dia de chuva mansa, capaz de iluminar saudades em forma de palavras escritas. Lanço-as por aqui, um pouco à toa, para que não consumam inutilmente os lugares de descanso dos nossos sonhos.
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