quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Telegrama

Procuro-te nos vales da minha memória e apareces sorridente, em forma de retrato esbatido pelo tempo. Aos poucos o teu rosto define-se, olhos, boca, cabelo, para subitamente desaparecer contra o vidro da janela.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdPPPIpwNXJpIQUq7ilqXz2nvZOdv2ar47qIxyh0qTv92g9suin63z6WQ4qOH6ESRZAbH7oMcmW090M1s8nRqQ-Izvi-ruS459zOYmNiNoUu8fpPH7dgjFlHXTPMGv7tSjujvND04Ojz_x/s320/ruazinha+desconhecida.jpgPercorro com as mãos o vidro embaciado, desenho uma espécie de rede para reter as raízes que trazes presas ao teu nome. Chamo por ele e o eco repete-o sem fim, o coração é um túnel onde as palavras germinam, agarradas às veias onde veloz corre o sangue da vida.

De resto, nada mais sei, a não ser deste dia de chuva mansa, capaz de iluminar saudades  em forma de palavras escritas. Lanço-as por aqui, um pouco à toa, para que não consumam inutilmente os lugares de descanso dos nossos sonhos.

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