Oiço os pássaros e vejo o laranja do céu deste fim de tarde. O silêncio é de oiro e a leveza do ar um bem para respirar. Cansada de tanto trabalho escolar, escapo-me por instante às tarefas e perco-me na luminosidade do sol. Penso no tempo que há-de vir. Imagino o mar, fresco e convidativo, a pele queimada, o calor do sol, o relógio perdido entre a toalha de praia e o creme. Objeto inutil nessa estação de ócio e muito descanso. Vai ser bom. Poder escrever quando tiver vontade, ler os livros há muito prometidos, demorar-me em todas as pequenas coisas que à minha voltem circulem, vozes com risos, grãos de areia colados à pele, conversas soltas com amigos, passeios à beira-mar, olhos fechados a sentir o tempo a passar, lento e doce, quase meigo e amigo.
Depois rumar ao norte e apear-me na minha terra, os milhos altos, a broa e a fruta do aido, a água fresca do poço, o vento a soprar, o tempo mais fresco, acordar tarde e apreciar os pássaros no beiral da casa. Varrer a eira e montar a mesa cá fora, para uns pequenos almoços com amoras colhidas num caminho ao pé do braço da ria. Vai ser bom.
Até lá, ainda há muito por fazer. Reunir com as familias, conversar sobre o ano que passou, explicitar de novo percursos e aprendizagens, partilhar avaliações, organizar o próximo ano letivo. Pegar nas melhores palavras para dizer ao que vim, que o ano foi longo e de contantes adaptações, escola nova e cultura encrustada nas paredes, nos hábitos e nos gestos de quem lá vive. Respira-se, absorve-se, rejeita-se, reconstrói-se. Com algum espanto, dia após dia, numa luta invisivel contra o instituído, o deja vu, ensaiando passos continuos para uma educação cooperada. Entre todos e com todos, para que ninguém fique de fora e à margem, ainda que saibamos que este caminho é sinuoso, improvável e dificil de escalar. E a meta, um objetivo sempre a alcançar. Pensamos que já chegámos e falta sempre um bom bocado.
Regresso às minhas tarefas. Já não falta tudo. Vai ser bom terminar e descansar de tanta fadiga. Vai ser bom ter o mar por perto e o tempo a passar sem relógio que o controle. Vai ser bom...
Depois rumar ao norte e apear-me na minha terra, os milhos altos, a broa e a fruta do aido, a água fresca do poço, o vento a soprar, o tempo mais fresco, acordar tarde e apreciar os pássaros no beiral da casa. Varrer a eira e montar a mesa cá fora, para uns pequenos almoços com amoras colhidas num caminho ao pé do braço da ria. Vai ser bom.
Até lá, ainda há muito por fazer. Reunir com as familias, conversar sobre o ano que passou, explicitar de novo percursos e aprendizagens, partilhar avaliações, organizar o próximo ano letivo. Pegar nas melhores palavras para dizer ao que vim, que o ano foi longo e de contantes adaptações, escola nova e cultura encrustada nas paredes, nos hábitos e nos gestos de quem lá vive. Respira-se, absorve-se, rejeita-se, reconstrói-se. Com algum espanto, dia após dia, numa luta invisivel contra o instituído, o deja vu, ensaiando passos continuos para uma educação cooperada. Entre todos e com todos, para que ninguém fique de fora e à margem, ainda que saibamos que este caminho é sinuoso, improvável e dificil de escalar. E a meta, um objetivo sempre a alcançar. Pensamos que já chegámos e falta sempre um bom bocado.
Regresso às minhas tarefas. Já não falta tudo. Vai ser bom terminar e descansar de tanta fadiga. Vai ser bom ter o mar por perto e o tempo a passar sem relógio que o controle. Vai ser bom...
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