Aproximo-me lentamente do meu espaço de ação. Vou em bicos dos pés, não quero pisar alguma réstia de lua que se tenha deixado cair, de mansinho, no coração do lugar dos meninos. Entro na sala e imagino-a cheia de movimento e descobertas, palavras soltas e histórias de encantar. Percorro cada vestígio deixado na solidão das férias, coisas mortas, agora, mas que tiveram a força da vida que foi possível construir. Habituo-me ao real, convivendo com nesgas de insegurança e sentimentos de estranheza.
Este vai ser o meu lugar. Ao lado de outros, os crescidos, que agora são aliados para mostrarem os caminhos desconhecidos e os hábitos instalados. Outros virão, os pequenos, pessoas de corpo inteiro e alma desmedida, com os quais farei as aventuras de um quotidiano pedagógico. Assim se diz, assim se quer.
Como nos diz João dos Santos
"Pedagogo é aquele que é capaz de estimular os seus alunos a descobrir, a completar ou a desenvolver as aquisições do património cultural da sua comunidade (...) educador é para mim aquele que é suscetível de se apresentar e de ser aceite como modelo de pessoa" (Ensaios sobre Educação II)
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