domingo, 4 de maio de 2014

Dia da mãe

Está quase a acabar o dia da mãe. 
Eu sei que é uma convenção, mas também disso se faz a vida. De resto, os dias da mãe, como sabemos podem (e devem) ser todos. Mas como nos distraímos com facilidade, é bom que alguns rituais marquem os dias e os diferenciem. Assim, lembramo-nos com mais força. Ou emoção. Ou cuidado. Ou saudade. Ou tudo junto. 

Calas para ramos de noviaDe manhã, fui ver-te e lá estavas a sorrir na fotografia. Apanhei as flores mais bonitas do teu jardim, na nossa casa e fiz a jarra mais bela que pude. 
Compus tudo com cuidado e alisei a terra, como se a estivesse a lavrar com os dedos. Depois sentei-me a olhar-te e deixei-me estar. Quando pude, saí e fui ver a ria, sentir a brisa e andar pelo meio dos caminhos. Passei pelo lavadouro, pela ribeira do Martinho, apreciei os jarros que crescem no meio dos campos e se misturam com as canas, o rosmaninho e os malmequeres.

Cheguei a casa e arrumei tudo para regressar à cidade. Foi bom ter estado na nossa terra, sentir o cheiro da nossa casa, ver as nossas fotografias, descansar na cadeira de baloiço, ver o céu azul e lembrar-me de ti. Foi bom ter respirado o ar da ria, porque agora estou mais serena. 
Queria-te aqui para sentir que ainda sou jovem e tu ainda és a minha mãe, na terra. Porque onde estás, em alguns dias, como não te posso ver, fico com uma saudade triste.


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