sábado, 17 de maio de 2014

A côr dos dias

Nem sempre os sábados começam de feição. 
Sem que saibamos como, os mal entendidos da sexta prolongam-se pela noite e madrugada e de manhãzinha apresentam-se ainda inteiros, sem ponta de discrição, indiferentes ao nascer do sol e à liberdade do relógio em dia de fim de semana. Esfregamos os olhos e a paisagem, limpamos os restos de incómodo que se deslocam pela alma e tentamos ir deitar o lixo fora, porque nos queremos limpas e desanuviadas dos tremores da tristeza. 

Nestes sábados, tentamos olhar o azul do céu e acreditar no novo dia.  E fazer coisas, porque as coisas não se fazem por si só. Compramos o jornal, bebemos o café e inspiramos o ar que circula, leve e fresco. E deixamos o sol bater na cara. E recusamos ficar indolentes e atravessadas por ideias e sentimentos requentados. Já passou não foi? façamos então uma nova receita para servir à mesa do nosso viver.

E lembremo-nos do poeta

"Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer"
(Geraldo Vandré)

Assim estou, a construir o tempo para um novo tempo que há-de vir.
Ainda que não exatamente como o cavalo Nuvem, personagem de uma história inventada por um menino lá da sala, que terminou de a contar dizendo:
Depois de comer a maçaroca de milho o cavalo Nuvem foi-se embora fantasticamente feliz.

Não estamos assim, mas há que tentar.

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