Ainda bem que temos gente que é capaz de olhar à sua volta e ouvir o silêncio das dores dos outros. É gente capaz de se apresentar de corpo inteiro para o que der e vier, ainda que raramente digam ao que vêm e nunca façam alarido da sua amizade e solicitude.
Discretos, sensíveis e pouco palavrosos, deles recebemos o sabor do mel, o calor do olhar, a alegria do riso.
Estão onde sempre necessitamos de os encontrar, quando já não sabemos lidar com noites longas de solidão, tardes de tédio, dias cinzentos de chuva.
Chegam e não cobram nada. Apenas aceitam um café, um chá de limão ou um chocolate quente. E assim ficam. Despojados de si e concentrados em nós.
É gente rara, mas existe. Com eles as manhãs são recomeços desejados e os sonhos ideias a alimentar e a perseguir. E isso é bom.
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