Há dias que são sínteses do que somos. Parecem criados para nos confirmarem e chegamos à noite convictos que as horas, todas as horas do dia, somadas, traduziram a nossa identidade primeira. Aquela que nos faz ser aquilo que somos, únicos e imperfeitos, únicos e ignorantes, únicos e acutilantes, únicos e procurantes.
No fim do dia, entre o natal que não chega e o trabalho que não se esgota, um cansaço profundo, ainda que tranquilo, pela presença permanente de nós, em nós. Sempre e apesar de tudo.
Sem forma de traduzir o que o coração sente, pedimos emprestadas as palavras a quem escreveu um dia, aquilo que neste dia experimentamos. Como identidade primeira.
Se tanto me dói que as coisas passem
É por cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem Sophia de Mello Breyner Andresen
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