Dizia-se, quando era pequena, de mulheres que trabalhavam em casa de outros. Andar aos dias era fazer de tudo um pouco em casa alheia, numa condição de gente de fora. Desse tempo guardo a estranheza da expressão, a fragilidade dos vínculos e do contínuo vaivém. Quando mulher me tornei, resolvi essa estranheza dentro de mim. Compreendi que na vida andamos todos aos dias, ensaiando entradas e saídas, agarrando por dentro e por fora aquilo que podemos, sabemos e sonhamos.
domingo, 1 de março de 2015
Tempo e palavras
Hoje, guardei as palavras dentro de mim e com elas o silêncio. Fiz como o poeta, agarrei-as ao poste, muitas já me fugiram, instalei-as noutros lugares. Mas hoje não as quero por aqui, a vaguear à solta, com tanta gente por perto.
Vou precisar muito delas, amanha, cheias de poesia e sons de alegria.
Não as posso desperdiçar. São preciosas para acalentar meninos e sonhos.
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