quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Noite de natal

Já passou a consoada e o dia de natal. 
Aqui em casa, ontem, estivemos sem luz até às 11 horas da noite. Estávamos lindos à luz das velas dos castiçais, com a toalha vermelha e os enfeites de natal. A logística não foi fácil, mas foi tudo original e  muito tateado. 
A troca de presentes já foi iluminada, tornando tudo mais fácil e visível, ainda que menos belo, diria, porque as sombras que vi projetadas durante a ausência de luz nos transportaram para outros lugares e outros mundos, que partilhámos, entre risos, conversas soltas e afetos renovados.  

O meu filho Miguel ofereceu-me a reedição da poesia da Sophia de Mello  e adormeci muito tarde a reler as suas palavras. Uma escrita límpida, entre o mar, o dia e a noite, jardins e musas, amor e solidão, partidas e chegadas.

Bonita forma de acolher a madrugada, neste dia 25 de dezembro. Com poesia.

Aqui fica um poema que me apanhou de surpresa e me espantou, por ser tão verdade. Adotei-o logo. Diz assim

Apesar das ruínas e da morte.
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias

in Poesia de Sofhia de Mello Breyner Poesia 

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