Já passou a consoada e o dia de natal.
Aqui em casa, ontem, estivemos sem luz até às 11 horas da noite. Estávamos lindos à luz das velas dos castiçais, com a toalha vermelha e os enfeites de natal. A logística não foi fácil, mas foi tudo original e muito tateado.
A troca de presentes já foi iluminada, tornando tudo mais fácil e visível, ainda que menos belo, diria, porque as sombras que vi projetadas durante a ausência de luz nos transportaram para outros lugares e outros mundos, que partilhámos, entre risos, conversas soltas e afetos renovados.
O meu filho Miguel ofereceu-me a reedição da poesia da Sophia de Mello e adormeci muito tarde a reler as suas palavras. Uma escrita límpida, entre o mar, o dia e a noite, jardins e musas, amor e solidão, partidas e chegadas.
Aqui fica um poema que me apanhou de surpresa e me espantou, por ser tão verdade. Adotei-o logo. Diz assim
Apesar das ruínas e da morte.
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias
in Poesia de Sofhia de Mello Breyner Poesia
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