Debaixo do chapéu de chuva, sem isto dizer, era isto que significava as palavras que trocavam, círculos repetidos de substantivos próprios, em forma de alegoria e confissão, por entre a chuva que caía e se enrolava na lama e tocava os pés e salpicava as ervas e molhava o chão
Uma tarde de inverno e elas a tecer primaveras, a alimentar certezas, a interrogar sinais, de peito aberto, frente ao coraç
ão. Porque se queriam assim, despidas de roupagens de tapar invernos, sem medos para enganar memórias, forjando o momento com o que foram e sonharam.
Uma tarde de inverno e elas a tecer primaveras, a alimentar certezas, a interrogar sinais, de peito aberto, frente ao coraç
ão. Porque se queriam assim, despidas de roupagens de tapar invernos, sem medos para enganar memórias, forjando o momento com o que foram e sonharam.
Entre arremessos de liberdade, compunham o
seu coração de mulheres, batidas trémulas e arrojadas, num compasso de espantar aves em campos de trigo dourado, como se primavera fosse.
E no entanto, a chuva a cair e elas para ali, naquele descampado de árvores altas, poças de água no chão, a alimentar as crenças, a perpetuar
sonhos, rindo e trocando ideias, em relances de fé e acertos. Com um guarda-chuva e um punhado de tempo, ali o desfiavam, desatando nós cegos e pontas soltas, para remendar e ordenar de novo, num artesanato fino e amigável. Esperançoso.
Apenas as lágrimas de vez em quando igualavam o dia, porque no entretanto compunham, sem parcimónia, ainda que com cuidado velado, o nascer do sol e da alegria. Teimosamente.
Este, felizmente, ainda andava para aqui esquecido, mas guardado para ler mais tarde. Que lindo!
ResponderEliminarAmizade...
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