Dizia-se, quando era pequena, de mulheres que trabalhavam em casa de outros. Andar aos dias era fazer de tudo um pouco em casa alheia, numa condição de gente de fora. Desse tempo guardo a estranheza da expressão, a fragilidade dos vínculos e do contínuo vaivém. Quando mulher me tornei, resolvi essa estranheza dentro de mim. Compreendi que na vida andamos todos aos dias, ensaiando entradas e saídas, agarrando por dentro e por fora aquilo que podemos, sabemos e sonhamos.
segunda-feira, 1 de junho de 2015
Infância guardada
Tambéu eu, tambéu eu
Também eu, também eu,
joguei às escondidas, fiz baloiços,
tive bolas, berlindes, papagaios,
automóveis de corda, cavalinhos…
Depois cresci,
tornei-me do tamanho que hoje tenho;
os brinquedos perdi-os, os meus bibes
deixaram de servir-me.
Mas nem tudo se foi;
ficou-me, dos tempos de menino,
esta alegria ingénua
perante as coisas novas
e esta vontade de brincar.
Sebastião da Gama
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Adorei. Partilhei no facebook e já foi (re)partilhado novamente!
ResponderEliminarè um texto muito bonito...costumo escrevê-lo e colocá-lo na sala para as famílias lerem...ou para me lembrar todos os dias que preciso de manter por perto a criança que vive em mim...
ResponderEliminarTão lindo Manela
ResponderEliminarUm destes dias vou partilhar também
beijinhos e obrigada