Muito sol e claridade, neste 25 de abril. Ainda bem, 40 anos não são para deitar fora ou ignorar. Não podemos esquecer os rapazes dos tanques, nem o grito do povo nas ruas, nem o 1º de maio de 1974.
Não podemos esquecer a clausura de tantos homens e mulheres que lutaram pela liberdade. Não podemos esquecer as nossas conquistas e os nossos direitos, simples e claros, a paz, o pão, habitação, saúde, educação. Há 40 anos, como hoje, a luta para que se cumpra abril, de verdade e sem medo.
Por isso, começar pelos mais novos, os que ainda não estavam cá, é um compromisso e uma ética, em tempo de abril. Na escola, com os meninos e as meninas, vimos a história dos Barrigas e dos Magriços, lemos o Tesouro do Manuel Pina, pintámos cravos de muitas formas e tamanhos, fizemos uma caça às letras para compor a palavra liberdade, observámos as fotos do livro os rapazes dos tanques. E conversámos.
E os meninos e as meninas, no meio de perguntas, brincadeiras, olhos muito abertos, gostaram da palavra de ordem o povo unido jamais será vencido. Repetiram-na a correr, pelo recreio, a rir.
Apesar de pequenos, das distrações e de tantas coisas estranhas que não ouviram, porque não podem compreender, os meninos e meninas da escola ficaram contentes e alegres, sentiram a festa e a alegria. Porque cantámos e dançámos o que eles sabem e lhes pertence: mornas, cu duro, capoeira, danças ciganas...também ballet, rap, wings.
E foi por isto que se fez o 25 de abril. Para devolver a todos e a cada um a liberdade de nos podermos dizer, sem medo da nossa identidade, das nossas origens e do nosso futuro.
Para que todos os homens e mulheres, tenham direito a ter, para além do pão, a cultura, os sonhos e a dignidade.
Para se cumpra o 25 de abril. Para que nunca o esqueçamos.
Bonito!
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