Sem inspiração para este ano, aqui fica o texto que escrevi o ano passado. Nunca será demais relembrar...
Não que seja dia de proclamar virtudes femininas e renuncias incalculáveis, como se as mulheres fossem sempre em função dos outros e quase nunca por elas mesmo. Não é isso que me move, não é isso em que acredito. Quero antes, neste dia da mulher, relembrar cada rosto e cada história das mulheres que atravessaram o meu caminho e que foram (e são) pedaços essenciais na paisagem da minha vida...
A minha mãe e a minha avó, as tias, a prima, algumas vizinhas da casa da minha infância, que a seu modo e de jeito diferente, me moldaram a alma, esculpiram o coração, apaziguaram as dores, acalentaram os sonhos. Por palavras, feitos e exemplos de vida. Lembro-lhes o riso, a força, a ternura, as convicções, o colo.
As amigas, essas que foram, outras que ainda são, e sabem nos dias solarengos, passear na avenida do tempo e compor, comigo e para mim, alguns hinos à amizade. Não conhecem todas as partituras das peças por tocar, mas acertam sempre nos acordes principais. Com graça, sensibilidade, talento e muita cumplicidade.
A todas as outras mulheres, algumas conhecidas, outras anónimas, que inspiraram e me inspiram a atravessar desertos, a rolar na relva, a dançar no palco, a escrever palavras, a expressar ideias, a fugir do medo, a procurar o sol.
Por elas e com elas fui tecendo a teia da vida e hoje é dia de recordá-lo. No coração, por ausência de arte e engenho ficam quase todas as palavras por dizer, ainda.
Bom dia da mulher.
Sem comentários:
Enviar um comentário