segunda-feira, 11 de março de 2013

Hoje e sempre, o amor

Hoje e sempre o amor. No centro do mundo e como condição de vida.
Pegamos num pedaço grande de amor e tapamos os buracos da tristeza que fazem o coração dos homens e das mulheres baterem sem harmonia e deslumbramento. Aquecemos as artérias e as veias, imprimimos um ritmo cadenciado, forte, suave e continuo, a par e passo com o fluir do tempo e da natureza. Apenas assim.
Pegamos num pedaço de amor, forte e seguro e inundamos os dias dos meninos e meninas que deslizam sem rosto nas cidades frias, que não sabem que a infância necessita de casas quentes e gente grande que os leve de mão dada a ver os jardins e a chapinhar nas poças de água, mas com botas, casacos quentes e gorros coloridos. Depois de um bom pequeno almoço.

Pegamos num pedaço de amor combativo e enchemos as ruas de vozes altas e canções de resistência, a provar que podemos cantar até que a voz nos doa e que o cansaço não se instala, por desânimo no coração e na vontade de quem espera novos dias e por isso não desiste de lutar. Fazemos isso com convicção e em conjunto, porque este amor se quer cercado de força contaminada.

Pegamos num amor paciente e de novo mostramos, sem nos cansarmos, que a vida necessita de persistência e investimento, gestos repetidos de bem querer aos outros, filhos e amigos e gente assim que amamos sem querer retorno e que estão incondicionalmente ligados a nós, apesar da autonomia e da liberdade que lhes assiste. Mostramos e falamos, falamos e mostramos. Tantas vezes quantas  forem necessárias.

Pegamos num pedaço de amor jovem e pedimos a todos os amantes principiantes que o conservem vivo e audaz, avisando sem cessar que a sua longevidade depende da capacidade de entender a vida e a complexidade, não apenas do amor que sentem e vivem, mas sobretudo da forma como se relacionam com o mundo, coisa nem sempre fácil e óbvia. Mas dizemos-lhes que tudo é possível e tudo tem remédio somente a morte é que não. E a desistência também.

Pegamos num bocado de amor antigo e instalamo-nos na sua lembrança, perguntando-nos pelo caminho percorrido  e as variantes de atalhos que foram construídos, deixando levedar a memória e a saudade, roteiro que pode ser utilizado no presente,  depois de espremer o sumo doce do tempo vivido e guardar as sementes boas.   
Hoje e sempre o amor. Estes e outros, iguais ou diferentes, para nos encher de coragem e afugentar possíveis derrotas e todos aqueles que destilam indiferença e algum ódio pela vida da gente.A comum, a que não vem nos jornais nem nos círculos de alta roda.
Chegará?

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Simplesmente maravilhoso..!!!!
    O amor nós faz rir, chorar, sonhar,mas também nos dá força para enfrentarmos batalhas.
    Por amor se move montanhas, quando se sente amor verdadeiro por ele se dá a vida se necessário,é assim que amo pois sei que vou amar eternamente uma pessoa que me é muito especial.

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