segunda-feira, 3 de março de 2014

A propósito de blogs

De vez em quando espreito outros blogs e há imensos e espantosos. Com textos e imagens e ideias e escritas lindas e comoventes e desafiadoras. Fico encantada com o mundo e a possibilidade das palavras que saem de tantas mãos e corações, numa partilha à escala do mundo. Revejo-me em muitos deles, comungo de ideias e perspetivas, relativizo sentimentos, dou larga às emoções, aprendo, interrogo-me, espanto-me e delicio-me. E vezes sem conta penso na frase que já aqui escrevi que aquilo que há de mais individual é também o que há de mais universal. Que bom que haja tantas pessoas bonitas na terra, que se alegram e entristecem por coisas semelhantes.  

Para além dos conteúdos, também observo formas, cores, imagens...a estética dos blogs, coisa que cada vez mais, não é deixada ao acaso.  E dou por mim a pensar que o meu, o andar aos dias, é formal e pouco atrativo. E que deve cansar a quem o lê. Porque escrevo nele como se escrevesse num caderno, em posts grandes e densos, quase sempre da mesma forma, apesar da relativa diversidade dos temas escritos. 
Questão de identidade? Pois não sei, sei que adaptei o blog à minha forma de ser e sentir e como me enredo em muitas histórias longas, com pensamentos que consomem os dias e as noites, faço testamentos enormes, como se escrevesse num livro. Mas um blog não é um livro. Eu sei.

Às vezes acho que gostaria de ser mais moderna e ter um blog mais dinâmico e interativo. A sério. É uma ideia que surge, mas que rapidamente desaparece, sem ter consequências. Não sei se isto está ligado à idade, 56 anos são exatamente isso, cresci sem teconologia e com instrumentos próximos, sempre à mão, papel, lápis, caneta e folhas. E relações cara a cara, na hora e ao vivo. 

Não tenho apetência para grandes mudanças neste domínio e não me parece que me vá apetecer perder tempo com aquilo que não domino e me afasta do essencial, que é o amor que tenho à escrita. Longa.   

Será que isso é um contratempo para quem me lê? 


2 comentários:

  1. Querida Manuela
    Como te compreendo. Ando há dias e dias para fazer um blog e são tantos cliques, passos, que tenho medo de ficar refém de algo, de alguém...somos da geração que lidávamos com rostos, sei lá para onde me levam, posso ir para aonde eu não quero. FIzeram-nos noutro tempo , mas, pertencemos a este, por isso, desisti hoje, mas, amanhã cá estarei a tentar o meu blog, pois, só me apetece escrever e mais escrever... mesmo que ninguém me leia, acredito que, a mim, me fará bem. Um abração e adoro a qualquer hora do dia ir ao teu encontro.Continua...
    Zeza

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  2. Eu cá acho que não...nem penso que seja isso que as pessoas procuram quando visitam blogues. Eu procuro coerência, consistência, genuinidade.
    O "andar aos dias" é genuíno e a escrita da Manuela vale por si, não precisa de "enfeites".
    Mas isto é só a minha opinião!
    Claro que se, um dia, lhe apetecer "desbravar novos caminhos e ferramentas tecnológicos", estarei por cá para apreciar as mudanças ;-)
    N

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