Identifico a tarefa segunda: permanecer viva junto de pedras raras. Não ignorar a luminosidade dos mistérios, acolhê-los contra o pensamento lógico, dar-lhes espaço e lugar de sol, contrariando o principio da realidade e dos destinos traçados, antes de ser.
Equaciono a tarefa terceira: continuar no chão e almejar a lua, voltar a vida do avesso, remendando dores de parto, essas que nos beliscam e confirmam o (re)nascimento. Ter uma candeia acesa para anunciar a vida, em noites escuras de breu. Esperar pelo amanhecer, emocionada.
Inquieto-me com a quarta tarefa: impedir golpes drásticos de desilusão, afogamentos em mar alto, sem alcançar a linha da praia e as conchas brilhantes. Não ignorar os avisos sobre as tempestades, nem a função principal das rosa dos ventos e de cordas fortes para segurar choros.
Concordo com a quinta tarefa: atentar nas coisas e no seu significado, rodear-me das mais belas e capazes, instruir-me no entendimento do mundo, recolher as suas ideias mais audazes, permanecer virgem do conformismo e da renúncia. Inaugurar a beleza das rosas em dias de sol e mar por perto.
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