segunda-feira, 16 de junho de 2014

Palavras emprestadas: sou doutras coisas

Estive para aqui a remoer ideias e projetos, a sentir saudades, a organizar o tempo e a vida e encontrei este escrito, guardado num caderno de poemas, que escrevi em tempos, à mão.
O texto não é meu, mas serve na perfeição para dizer o meu estado e a minha condição.

Aqui fica

Sou de outras coisas
pertenco ao tempo que há-de vir sem futuro
e sou amante da profunda liberdade
sou parte inteira de uma vida vagabunda
sou evadido da tristeza e da ansiedade

Sou doutras coisas
fiz o meu barco com guitarras e com folhas
e com o vento fiz a vela que me leva
sou pescador de coisas belas, de emoções
sou a maré que sempre sobe e não sossega

Sou das pessoas que me querem e que eu amo
vivo com elas por saber quanto lhes quero
a minha casa é uma ilha, uma pedra
bulutlar,güneş,gökyüzü,sahil,sahil,gün batımı,deniz,gece,turuncu,tekneque me entregaram num abraço tão sincero

Sou doutras coisas
sou de pensar que a grandeza está no homem
porque é o homem o mais lindo continente
tanto me faz que a terra seja longa ou curta
tranco-me aqui por ser humano e por ser gente

Sou doutras coisas
sou de entender a dor alheia que é a minha
sou de quem parte com a mágoa de quem fica
mas também sou de querer sonhar o novo dia

Fernando Tordo  

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