Para o meu filho João
Quero escrever devagar, sentir cada palavra no fundo da barriga, enchê-la do mesmo peso e da mesma emoção que tinha há 28 anos, na véspera do dia em que nasceste. Esperava-te por esses dias, acreditando nas palavras do médico "vai ser este fim de semana. E vai ser fácil". E foi. No sábado, dia 25 de janeiro, apresentaste ao mundo, com choro e fome e um calor surpreendente, morno e misterioso para uma jovem mãe, expectante e cheia de amor.
Quero escrever devagar e percorrer cada memória desse dia, lentamente, eternamente, porque esta condição de mãe e filho é para toda a vida, desde o inicio e até ao fim. O amanhecer do dia, o banho rápido, a entrada no hospital, os olhos azuis da enfermeira, uma dor e...tu a chorar. Dispensaste os médicos, foste rápido, numa intenção de quase não incomodar.
Quero escrever devagar, para não perder os cheiros e a intimidade desse dia. Tudo colado a nós, o mundo lá fora a girar, tinha estado no pavilhão dos desportos na véspera, não me deixaste ir votar para as eleições presenciais. Mas a vitória era nossa, abraçados que tínhamos andado, tu na água quente da minha barriga, eu com o bater do teu coração em mim. Tudo tão intimo, tão poderosamente vivo, a sair de mim, num mistério indizível.
Quero escrever devagar para não espantar o som da tua boca a beber o leite que o meu corpo preparou para ti, os teus dedos esquecidos em cima do meu peito, os olhos a fecharem-se de mansinho, a respiração a retomar uma cadência serena. E eu a mirar-te, a tentar conhecer a geografia do teu corpo, a percorrer as linhas esculpidas nas mãos, nos pés, no teu rosto pequenino. Eu a olhar-te mais fundo, a perguntar das outras linhas, as escondidas, bordadas no teu coração, aquelas tecidas durante nove meses, pertença dos dois e invisíveis aos olhos de outros.
Quero escrever devagar para te ver hoje como és. Homem bonito e confiável, corpo magro e esguio, projeto de vida a correr mundo. Quero oferecer-te uns ténis macios e confortáveis para que te apresentes seguro em todas as provas que desejes vencer, passada atrás de passada, por todos os caminhos do trajeto escolhido.
Quero desejar-te o melhor do presente, para venceres o futuro. Dominares os teus demónios, brigares pelos teus sonhos, persistires nos desafios, sem nunca desistires.
Quero enfim continuar por cá. E em todos os dias 25 de janeiro que ainda hão-de vir, relembrar o calor do teu sorriso e o som do teu choro, como as primeiras emoções de uma vida que vale a pena viver.
Amo-te meu filho. Parabéns!
Quero escrever devagar e percorrer cada memória desse dia, lentamente, eternamente, porque esta condição de mãe e filho é para toda a vida, desde o inicio e até ao fim. O amanhecer do dia, o banho rápido, a entrada no hospital, os olhos azuis da enfermeira, uma dor e...tu a chorar. Dispensaste os médicos, foste rápido, numa intenção de quase não incomodar.
Quero escrever devagar, para não perder os cheiros e a intimidade desse dia. Tudo colado a nós, o mundo lá fora a girar, tinha estado no pavilhão dos desportos na véspera, não me deixaste ir votar para as eleições presenciais. Mas a vitória era nossa, abraçados que tínhamos andado, tu na água quente da minha barriga, eu com o bater do teu coração em mim. Tudo tão intimo, tão poderosamente vivo, a sair de mim, num mistério indizível.
Quero escrever devagar para não espantar o som da tua boca a beber o leite que o meu corpo preparou para ti, os teus dedos esquecidos em cima do meu peito, os olhos a fecharem-se de mansinho, a respiração a retomar uma cadência serena. E eu a mirar-te, a tentar conhecer a geografia do teu corpo, a percorrer as linhas esculpidas nas mãos, nos pés, no teu rosto pequenino. Eu a olhar-te mais fundo, a perguntar das outras linhas, as escondidas, bordadas no teu coração, aquelas tecidas durante nove meses, pertença dos dois e invisíveis aos olhos de outros.
Quero escrever devagar para te ver hoje como és. Homem bonito e confiável, corpo magro e esguio, projeto de vida a correr mundo. Quero oferecer-te uns ténis macios e confortáveis para que te apresentes seguro em todas as provas que desejes vencer, passada atrás de passada, por todos os caminhos do trajeto escolhido.
Quero desejar-te o melhor do presente, para venceres o futuro. Dominares os teus demónios, brigares pelos teus sonhos, persistires nos desafios, sem nunca desistires.
Quero enfim continuar por cá. E em todos os dias 25 de janeiro que ainda hão-de vir, relembrar o calor do teu sorriso e o som do teu choro, como as primeiras emoções de uma vida que vale a pena viver.
Amo-te meu filho. Parabéns!
Parabéns ao João e à Mãe que tem!
ResponderEliminarParabéns às duas por termos dado à luz (há31 anos no meu caso) rebentos que fizeram de nós mães babadas... Um xi coração apertadinho
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