Andamos todo o ano cheios de nós.
Mais ou menos equilibrados exercemo-nos em muitos lugares, casa, trabalho, cidade, jardim, espalhando a seiva do que somos, tentando regar um tempo fértil e fecundo. Nem sempre nos lembramos da vida mais longe, prisioneiros que somos do nosso umbigo e do nosso ADN de gente situada. Estamos aqui e agora e isso basta. E às vezes (muitas vezes?) o nosso quintal fica maior que o mundo todo. É quando as ervas daninhas se tornam ásperas e crescentes, impedem que nos assolemos à frente da porta da casa para olhar o fim da rua e a linha do horizonte. Não alcançamos as cores da vida fora de nós e limitamo-nos a tomar as partes pelo todo. Se estamos bem tudo está bem, se estamos mal, tudo está mal.
Perto do ano novo, a época induz-nos uma espécie de alegria e de esperança, a visão ganha acuidade, enxergamos com mais ousadia o mundo para além de nós. Queremo-nos em unidade com o cosmos e desejamos a todos um bom ano, enchendo-nos de promessas e votos, que distribuímos aos outros, numa generosidade sem limites. Não poupamos nas palavras, nem nos abraços, nem na expressão do amor e da amizade.
E o amor e a amizade ganham a dianteira, tornam-se as coisas pelas quais nos dirigimos ao mundo e aos nossos, reconhecendo-os como água, pão e calor da nossa vida. O principal e não o acessório. O fundamental. Para a nossa vida pequena, de trazer por casa, e para a outra, mais distendida e alargada, em consonância com o desenvolvimento da terra e das gentes que nela vivem. Alguns, muitos, sem vida digna e sem limites para a exploração das suas condições quotidianas. Alguns, muitos, em cenários de pobreza, destruição e atentados aos seus direitos de liberdade, democracia, pão e comida sobre a mesa.
Neste final de ano, que possamos construir para todo o ano que aí vem, uma visão permanente do mundo, para além da nossa casa e do nosso jardim. Que saibamos cuidar do nosso olhar e do nosso cuidado aos outros. Com os nossos, sempre e para além dos nossos, também. Que saibamos resistir, intervir e manter a radicalidade plena da indignação. No trabalho, na rua, na cidade. Todos os dias. Com amor e amizade.
Mais ou menos equilibrados exercemo-nos em muitos lugares, casa, trabalho, cidade, jardim, espalhando a seiva do que somos, tentando regar um tempo fértil e fecundo. Nem sempre nos lembramos da vida mais longe, prisioneiros que somos do nosso umbigo e do nosso ADN de gente situada. Estamos aqui e agora e isso basta. E às vezes (muitas vezes?) o nosso quintal fica maior que o mundo todo. É quando as ervas daninhas se tornam ásperas e crescentes, impedem que nos assolemos à frente da porta da casa para olhar o fim da rua e a linha do horizonte. Não alcançamos as cores da vida fora de nós e limitamo-nos a tomar as partes pelo todo. Se estamos bem tudo está bem, se estamos mal, tudo está mal.
Perto do ano novo, a época induz-nos uma espécie de alegria e de esperança, a visão ganha acuidade, enxergamos com mais ousadia o mundo para além de nós. Queremo-nos em unidade com o cosmos e desejamos a todos um bom ano, enchendo-nos de promessas e votos, que distribuímos aos outros, numa generosidade sem limites. Não poupamos nas palavras, nem nos abraços, nem na expressão do amor e da amizade.
E o amor e a amizade ganham a dianteira, tornam-se as coisas pelas quais nos dirigimos ao mundo e aos nossos, reconhecendo-os como água, pão e calor da nossa vida. O principal e não o acessório. O fundamental. Para a nossa vida pequena, de trazer por casa, e para a outra, mais distendida e alargada, em consonância com o desenvolvimento da terra e das gentes que nela vivem. Alguns, muitos, sem vida digna e sem limites para a exploração das suas condições quotidianas. Alguns, muitos, em cenários de pobreza, destruição e atentados aos seus direitos de liberdade, democracia, pão e comida sobre a mesa.
Neste final de ano, que possamos construir para todo o ano que aí vem, uma visão permanente do mundo, para além da nossa casa e do nosso jardim. Que saibamos cuidar do nosso olhar e do nosso cuidado aos outros. Com os nossos, sempre e para além dos nossos, também. Que saibamos resistir, intervir e manter a radicalidade plena da indignação. No trabalho, na rua, na cidade. Todos os dias. Com amor e amizade.
Obrigada,pelo despertar das consciéncias.Um Feliz Ano de 2017,com muita Paz,Saúde e Amor e muitas felicidades e que a dignidade humana volte a muitos lares portugueses.
ResponderEliminarObrigada. Um feliz ano de 2017, também
EliminarMuito obrigada pelo teu escrito e pelo teu texto. Um melhor ano para todos nós, incluindo os que estão para além do quintal. Beijos
ResponderEliminarObrigada Margarida. Bom ano também para ti. Abraços!
Eliminar