Mantenho a serenidade e sossego as emoções, palmilho devagar pensamentos dispersos, acaricio sons e palavras, guardo imagens trémulas. Instáveis. Algumas muito doces, algumas tristes. Permaneço a olhar o céu azul e as árvores do jardim, o silêncio abraça o vento leve.
Lembro-me de ti, mãe, e tenho saudades imensas das tuas mãos e do teu sorriso. E de te ter por perto. Devagarinho, encosto-me ao que tenho de ti e juro que descanso, apesar da tua morada já não ser esta. Surpreendo-me com o amor pleno das mães para serem vida, para além da morte.
Desenho da M. JI Trafaria |
Lembro-me dos meus filhos, dos seus dedos pequeninos, da pele macia e dos beijos longos de amor. Dos risos, das lágrimas e do colo quente. E confirmo a possibilidade de dar a vida a outros, num gesto de desafio e missão urgente. Para se fazer de novo e bem, o que connosco fizeram.
Lembro-me dos meus meninos e meninas, lá no recreio, de brincar ao lobo mau, dos abraços apertados e das conversas boas. Da cumplicidade, das pinturas, desenhos e gargalhadas em dias de liberdade. Dos choros e das zangas, a confirmar que a escola se faz com tudo aquilo que a vida tem, porque é vida e é real, investida e amada.
Lembro-me de sonhos secretos. Da cabeça na lua à procura do mundo, das nesgas do tempo com outro compasso. Da beleza dos livros, de passos de dança no terreiro, do manto de estrelas em noites frias. E da permanente procura da poesia, o antídoto certo para dias sem história.
Lembro-me de tudo isto e paro de espanto, por estar assim como estou. Com um corpo carregado de anos e um coração carregado de outros, feitos vida em mim. Tenho-os a todos num lugar seguro, recurso poderoso para contrariar desvarios cansados. Porque não estamos imunes a tentações imperfeitas, essas que nos fazem perder o norte e debandar.
Quero-me ainda e sempre em vigília constante, apesar dos (tantos) anos e do caminho andado. Aqui estou e assim sou, agradecida a todas as minhas pessoas. Obrigada.
Lembro-me dos meus meninos e meninas, lá no recreio, de brincar ao lobo mau, dos abraços apertados e das conversas boas. Da cumplicidade, das pinturas, desenhos e gargalhadas em dias de liberdade. Dos choros e das zangas, a confirmar que a escola se faz com tudo aquilo que a vida tem, porque é vida e é real, investida e amada.
Lembro-me de sonhos secretos. Da cabeça na lua à procura do mundo, das nesgas do tempo com outro compasso. Da beleza dos livros, de passos de dança no terreiro, do manto de estrelas em noites frias. E da permanente procura da poesia, o antídoto certo para dias sem história.
Lembro-me de tudo isto e paro de espanto, por estar assim como estou. Com um corpo carregado de anos e um coração carregado de outros, feitos vida em mim. Tenho-os a todos num lugar seguro, recurso poderoso para contrariar desvarios cansados. Porque não estamos imunes a tentações imperfeitas, essas que nos fazem perder o norte e debandar.
Quero-me ainda e sempre em vigília constante, apesar dos (tantos) anos e do caminho andado. Aqui estou e assim sou, agradecida a todas as minhas pessoas. Obrigada.
Sem comentários:
Enviar um comentário