O meu filho mais novo, num dos seus escritos (trocamos escritos, às vezes) disse-me que eu e o pai lhe tínhamos dado "pão e pensamento". Surpreendi-me com a expressão e retive-a em mim. É forte, concisa e essencial, se pensarmos nas coisas da educação e naquilo que podemos legar aos nossos.
Pensamento. Palavras e ideias que se dizem, entre corridas para a escola, treinos e preguiças lentas pela manhã. Exemplos de vida, não debitados, mas vividos, expostos com transparência nos detalhes dos dias. Conversas à mesa, trazer para dentro as injustiças da vida lá de fora e tomar posição. De frente e sem medo. Encontros de amigos, férias em conjunto, numa cultura de grandes e pequenos, que se pensam e se dizem, trocando ideias e razões. Um pensamento com utopias e princípios, com clareza e sem dúvidas disfarçadas. Um pensamento sempre certo? não, sempre verdadeiro e se possível, critico e justo.
E no meio do pão e do pensamento, as crianças a beberem e a mastigarem o que nós lhes damos. Tomemos cuidado com o que pomos na mesa e sobretudo o que oferecemos para o pensamento. Desde logo, desde muito cedo. Para sermos sempre excecionais? Não. Para não esquecer que somos o adubo diário para o seu corpo, emoção e pensamento. Para sermos vigilantes e atentos. E humildes, para aprender com eles o exercício da verdade. Todos os dias.
adorei o texto...verdades sentidas.Parabéns
ResponderEliminarObrigada, Henrique. Boa Páscoa
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