O sol lá fora a inundar o mundo e eu, cá dentro, cativa de mim.Tento
clarear ideias, enxotá-las do mofo, conceder-lhes a primazia para
arrumar emoções confusas, que sorrateiras se apresentam hoje, por entre
as malas que fazes, para partires de novo. Continuas firme na procura de
um lugar ao sol, ainda que digas que este é o melhor sol que podes ter. Mas não chega para cobrir toda a geografia dos teus sonhos.
Não é fácil aceitar a autonomia no amor. Bem que a podemos proclamar aos quatro ventos, defende-la como condição da vida humana, a única via para ser gente. Quando a nós toca, o conceito perde força e adquire um sentido ambíguo, que aproveitamos, em segredo, para explorar. Um pouco ingénuos, banalizamos a sua utilização e sentido, ignorando os impactos da sua presença nos nossos dias. Nos desafios que ousámos enfrentar no nosso crescimento e no crescimento dos nossos.
Não é fácil entender e aceitar a autonomia no amor. Percecionar o outro fora de nós, alimentar os seus intentos para longe do nosso chão, pressentir a sedução de desafios improváveis e mesmo assim, continuar crente na espera da sua revelação. Não é fácil apoiar este percurso e esta liberdade, que vai sendo escolha, consciência, palavra e ação. Connosco, mas sobretudo para além de nós.
Não é fácil aceitar a autonomia no amor. Porque exige reconfigurar o calor do colo da infância e o sentido de proteção que nos impusemos quando, convictos, inaugurámos em nós a construção de outro(s). Porque implica reconhecer a sua existência como sujeito autónomo, a sua essência e identidade, num compromisso ético pelas suas escolhas.
Não é fácil aceitar a autonomia no amor. Porque nos idealizámos como bússola, ponto cardeal e caminho a seguir. Porque nos apropriámos de um papel definitivo e revelador para a vida do outro(s). Como se fosse possível cumprir essa odisseia, em redoma e para sempre. Apesar de todo o amor.
Não é fácil entender e aceitar a autonomia no amor. Percecionar o outro fora de nós, alimentar os seus intentos para longe do nosso chão, pressentir a sedução de desafios improváveis e mesmo assim, continuar crente na espera da sua revelação. Não é fácil apoiar este percurso e esta liberdade, que vai sendo escolha, consciência, palavra e ação. Connosco, mas sobretudo para além de nós.
Não é fácil aceitar a autonomia no amor. Porque exige reconfigurar o calor do colo da infância e o sentido de proteção que nos impusemos quando, convictos, inaugurámos em nós a construção de outro(s). Porque implica reconhecer a sua existência como sujeito autónomo, a sua essência e identidade, num compromisso ético pelas suas escolhas.
Não é fácil aceitar a autonomia no amor. Porque nos idealizámos como bússola, ponto cardeal e caminho a seguir. Porque nos apropriámos de um papel definitivo e revelador para a vida do outro(s). Como se fosse possível cumprir essa odisseia, em redoma e para sempre. Apesar de todo o amor.
Um texto muito bonito, como já à algum tempo nos vem habituando, mas que nos faz pensar.
ResponderEliminarobrigada, ainda que não saiba quem está desse lado..
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