O amor. Que coisa é esta do amor?
Fiquei cheia desta palavra e desta procura, depois de o ter deixado em casa, magro e muito frágil, a sorrir, antes de fechar a porta, em jeito de agradecimento e segurança. Como se a tivesse agora, como outrora a teve, e dela fez a sua bandeira. Ainda hoje.
O amor.
Conduzi pelas ruas lentamente, com o sol a consumir-me e a ideia da inevitabilidade do amor às voltas dentro de mim. Como coisa poderosa, que é cuidado, presença, preocupação, pele, sustentação, partilha. E dor, às vezes. Muito ou pouco, depende.
O amor que tem tantas caras e expressões, pessoas e dialetos, horas curtas e eternidades, princípio, meio e fim. O amor, que é dos filhos, dos pais, dos companheiros, dos amigos, das crianças da escola, das famílias, do mundo. O amor e os amores, todos diferentes e todos iguais, porque plenos de afeto, liberdade, autonomia. Diferente e ousadamente. O amor, como condição de respeito e bem cuidar. E bem querer. E bom ser.
O amor, aquele que damos e recebemos e nos faz fazer parte. O amor que evita a exclusão e o preconceito, que cria canções de roda de mãos dadas, gente atada nos outros, uma espécie de cordão umbilical, que vai e vem e não se desprende. Uma linha e uma conduta, um compromisso, a testemunhar histórias e percursos, que são nossas e dos outros, os que amamos e nos amam. Porque amor com amor se paga. E outra forma não há de viver.
O amor.
O que embala no berço, reforça o sonho, ampara na aflição, combate a desistência, imprime direção e rebeldia. E é porto seguro em dias de tempestade. E uma janela aberta para a vida, quando o ar falta no peito e o tempo parece estar em contra-relógio.
Como hoje, como agora.
Como hoje, como agora.
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